sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Ainda sem título...

Quando todo o programa tiver acabado, será que estarei melhor?
Quando as cortinas finalmente se juntarem, sentirei a sensação de dever cumprido?
Quando a máquina de moer carnes tiver dilacerado finalmente todo o meu corpo, será que minha alma estará liberta?
Quando meus olhos despejarem todas as lágrimas possíveis, será que toda a angústia desaparecerá?
Quando eu tiver dito todas as palavras que tenho vontade, conseguirei flutuar?
Quando meus pés já tiverem percorrido as estradas que procuro, minha cabeça estará erguida?
Quando juntado tudo o que me é confiado, serei próspera?
Quando for capaz de respeitar todas as leis, farei parte da civilização?
Quando souber rir como todos, serei irmã-amante-companheira-mãe e esposa?
Quando todo o trabalho estiver pronto, receberei uma medalha?
Quando disser o que realmente sinto, vão me abraçar?
Quando eu for capaz de me comportar em todos os momentos, vão me respeitar?
Quando entender que não sou o centro, estarei liberta da hipnose coletiva?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

...

Coisa simples,
Só de sentir o cheiro do chá de maçã e canela que estou tomando, fico feliz.
Nem vontade de escrever tenho,
Parece que estou num processo de engole-remédio-amargo.
Talvez o pior é que (acredito) tantas coisas interessantes passaram pela minha cabeça, e nem tive oportunidade de dizer a ninguém.
Se por mais uma vez não conseguir jogar no papel, elas irão.

Confesso que está doendo muito,
Me repreendi por muito tempo, aliás ainda me repreendo.
Se soubesse aprender rápido outra forma de ser, de viver...
Como se compõe uma oração poderosa?

Como se criam aquelas rezas que passam de geração em geração?
Acreditar nisso pode ser um alento...

***
Santo Pai, criador de toda vida e virtude, nos concede parte pequena de sua imensa sabedoria porque o pouco para ti é muito para nós.
Santo Pai, criador de tudo o que inspira a bondade, permita-nos ser contentes quando olharmos para o céu, quando escutarmos os pássaros, quando tivermos muito por fazer para terminar um trabalho digno e que nos faça sentir parte dos seus propósitos.

Seus propósitos são de amor,
Seus propósitos são de liberdade,
Seus propósitos são de paz.
E tudo o que restará serão essas três irmãs.

***
Espero não estar enganada quanto aos propósitos divinos, só sinto (de tanto querer) que são bons...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

...

Naquela hora eu só pensava em me vingar.
Mas teve um instante que deu vontade de agradecer por tudo o que estava acontecendo.
É dessa forma que sou otimista.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Justificativa

Recorto o que fui no passado, enquanto vou contornando o que sou no presente e desenhando o que desejo para o futuro.

Minhas roupas, meus sapatos, unhas e boca, procuro neles alguma forma de transmitir o que sou.

Quando prendo o cabelo, quando o solto, quando mordo os lábios, quando finjo que não olho, estou tentando modelar para os outros o que quero que esperem de mim.

Ás vezes me confundo e penso que não posso ter tantos disfarces assim, mas a verdade é que gosto de todo esse jogo. É estranho pensar... estou sendo sincera pela primeira vez, em se tratando disso.

Não sou mais fruto da inocência, e em alguns sentidos é dessa forma que prefiro.

A ideia é transformar tudo numa forma mais inteligente, interessante, que faça pensar que valeu a pena tanto tempo de espera. Porque o que cai do céu nunca é agradecido. Já assistiu Vanilla Skay?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

...

Todo o cão é feliz ao lado de seu dono

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ponto de partida

De partida para onde?
Desistir não é nenhuma das minhas opções, mas por um relapso, talvez, isso veio a minha mente e agora demora a sair.

Desistir do que exatamente, sendo que nem tudo começou? E se o que começou foi uma parte de um projeto, mal feito e planejado, que se fosse uma casa já teria ido abaixo?

As propostas são na verdade o limite, e o que eu propus foi muito pouco.
Poderia me contentar com essa explicação, mas nada explica o abandono dos sentimentos da coragem e o tamanho do espaço ocupado pelos que são do medo.

Posso cravar a unha no meu corpo e entender que dessa forma eu vivo.
Posso cravar a unha para esquecer da dor interna – é nela que me perco.
Deveria ter me perdido nele, mas haja orgulho para ter deixado partir.
Não entendi que nem tudo eu tenho, que nem tudo quero ter, que o passado não está mais há um passo.

Não posso ser escrava do remorso. Meu arrependimento não trás alívio.

O poço é mais profundo do que imaginei.
Assim eu acordei. Acordei para me recompor de todos esses pensamentos típicos da recordação do que mal foi resolvido.

Eu posso partir daqui.
Daqui sabendo que nada adianta desesperar pela falta que me faz.
Posso usar cada palavra como ponto de apoio para entender a moratória do meu próprio desenvolvimento.
Quero acreditar em Afrodite, em Athena, em fênix, em quimeras, em discos voadores, em vida após a morte, fora da terra, e que sou capaz de atravessar um grande rio simplesmente pedindo que ele se abra.

Mas assim, jamais seria eu. Jamais teria orgulho do que espero ser um dia.
Meu desejo é construir o barco.
Meu medo é não encontrar material suficiente.
Meu desafio é acreditar que mais do que nada é possível, que menos do que tudo é possível.