quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Quando a solidão se abarcar de tal forma que seus braços sejam tão fortes que eu não consiga me desvencilhar, a saída será cantar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

...

Acordei um pouco mais cedo para tornar o dia mais longo.
O banho foi demorado e aproveitei para lavar os sapatos.
O que significam os sapatos?
A primeira vez que o vi, fiz essa pergunta porque estava descalço e fiquei contente com isso. Pensei que tivesse me encontrado.
De certa forma foi isso o que aconteceu. Não do modo como queria – ter você em mim e dessa forma ser em você – mas imaginei ter de volta a metade que perdi há muitas vidas, segundo dizem algumas religiões.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

E foi assim que me dei conta

Coloquei na minha cabeça que precisava de duas respostas para ser feliz e estável: o sim, e o não.
Naquela época imaginava um mundo feito de estruturas simples onde deveria prevalecer ou o bem, ou o mal.
Mas num dado momento da minha vida, se não me engano numa noite tão escura que dava para sentir que o céu de estralas brilhava gracejando de pensamentos tão simplistas, fui atingida por um raio que me fez lançar para o ar tudo que estava em minha cabeça.
Após o susto fui obrigada a recolher os pedaços em volta com desespero de quem se sente vazio.
Não conseguia mais montar aquele quebra-cabeças do modo como estava antes do acidente acontecer.
Até hoje sobram pedaços que guardo numa bolsa a tiracolo.
Tem dias que penso em jogar tudo fora, penso em queimar também para que ninguém se aproveite do que me fez inocente um dia.
Mas antes que possa me desfazer totalmente dos objetos da minha história, percebo que não sei se seria capaz de seguir sem minhas lembranças por pior que algumas delas sejam.
Eu sou isso, pedaços de memórias que me agradam e desagradam. Simplesmente, isso.
Mesmo assim me pergunto: se conseguisse apagar o passado ruim, seria eu melhor?
O maldito passado era para mim?