sábado, 21 de julho de 2007

Efeito do Tempo

Neste instante sinto vontade de me agarrar a qualquer pedaço de crença que me faça resistir

Não me faço mais um poço, mas sim um grande buraco com mais largura do que profundidade.

Rasa! É assim que me sinto.
Se me perguntarem, não saberei responder.
Se me perguntarem, eu saberei dizer.
Se me olharem, saberei retribuir.

Quando me desafiarem, rogarei pragas, porque hoje sei que existem bruxas. Coisas de mulher.

No entanto, por tudo o que senti nesses últimos dias, vejo, quase claramente, que no lugar das pedras existem pedras. Elas são grandes, e belas, arredondadas e me chamam para marchar sobre.

Num tom de deboche, por permitir que meus dedos descrevam o óbvio, meus pensamentos me dizem que algo novo bate nesta porta. Um Novo, com um laço grande pronto para ser cortado e queimado em oferenda, com perfume leve de sândalo.

Dou mais um passo para fora de minha velha casa porque preciso entender o que existe lá fora. É nesse instante em que eu verei o que quiser e sentirei vontade de me agarrar a qualquer mestre.

Sete horas depois voltarei para dentro sentindo vontade de que alguém me prove o que vi e senti.

E por que alguém? Não sei.

domingo, 15 de julho de 2007

Porque dizem que nenhum homem é uma ilha

Nunca foi fácil admitir nossos erros. Por quê?
Porque antes éramos castigados pelos nossos pais.

Hoje não admitir nossos erros, em alguns casos, pode impedir que evitemos mais desentendimento.

Erros
O que é um erro? O que é errar?
Nascemos todos fadados a errar. Só sei disso.
Dizem que a vida é um palco onde atuamos sem antes ter certeza de qual é o nosso papel em cada cena. E como a vida é única, nunca mais poderemos ter a chance de retornar momentos antes das decisões tomadas para corrigi-la.

Será que a vida é única?
Se a resposta for sim, posso terminar aqui. Se a resposta for não, também. Também porque quando, supostamente nascemos de novo, não temos lembranças do que pode ter acontecido no passado. Ou será que temos? Se a resposta for não, mais uma vez não tenho mais o que escrever. Se a resposta for sim, como dizem alguns “entendidos” no assunto, nosso subconsciente deve ter algumas informações que nos ajudam a tomar decisões, especialmente aquelas que dizem respeito ao nosso caráter.

Nosso caráter
Nosso caráter pode ter sido construído pelas informações genéticas, vindas de nossos pais, nos ambientes onde vivemos, com os estímulos que recebemos dos diversos meios de comunicação, pelas pessoas que nos influenciaram na infância e durante todo o resto da vida, além dos nossos pais e parentes próximos. Ou, também, pode ter sido construído com as informações que carregamos de outras vidas, se é que às tivemos.
Se nosso caráter foi formado, e está sendo, desde outras existências, isso significa que a nossa tendência será sempre evoluir. Mas se nosso caráter está sendo formado apenas durante essa vida, se essa for à única que temos, é preciso nos lembrar que o tempo pode ser curto, que a qualquer momento podemos deixar de ser, ou seja, de existir.
Entende porque devemos tomar tanto cuidado com as nossas escolhas?
Mas para quê complicar tanto? Se tudo for vivido tendo em vista a verdade, nada poderá ser difícil. Porque a verdade é fácil de carregar.
Verdade fácil de carregar? Nem tanto assim, ou melhor, nem todas assim.
Mas pensando dessa forma podemos chegar à conclusão de que viver não é fácil.
Viver não é fácil? Ou sou eu que complico?
Se viver não é fácil, foi porque a natureza quis assim? Ou foi porque viver em sociedade dificultou tudo?
Bem, na escola aprendemos que viver em sociedade foi uma forma que nós, humanos, encontramos para melhorar nossa sobrevivência. Fomos capazes de aprender com o próximo e conjugar nossos conhecimentos com o único objetivo, que era melhorar nossas vidas. Criamos leis para nos protegermos uns dos outros, criamos escolas e livros para não deixarmos que as gerações futuras perdessem tudo o que tínhamos conquistado. Desenvolvemos tecnologias fantásticas capazes de nos levar a lugares impossíveis de se chegar a pé ou a cavalo. Remédios que aumentaram a expectativa de vida da nossa espécie. Tudo isso graças à vida em comunidade, graças à troca de conhecimento, a compaixão pelo outro que na verdade representa a mim mesma!
Bem, se for eu que complico a vida, como posso fazer isso se o que mais quero é viver bem? Porque a vida não é feita somente com as minhas escolhas, mas com as escolhas que são tomadas por todos os outros.
Então eu posso dizer que quem complica a vida não sou eu, mas as decisões de outros?
Está ficando difícil...
Se a resposta a essa última pergunta for sim, eu estarei abrindo possibilidades de culpar qualquer um pelas coisas ruins que acontecem comigo. Ora, se eu concordar com isso estarei também concordando que não sou livre. Não sou livre porque minha completa felicidade é impedida pelas ações de outros. Pensar dessa forma me levaria a uma condição medíocre, de alguém que foge de qualquer responsabilidade.
Mas, se minha vida, para ser boa, depende dos outros, em parte, também depende de mim, já que eu existo e minhas ações também influenciam no mundo. Dessa forma eu concluo que tomar decisões pensando em mim e no outro é a única maneira de melhorar a minha vida. A vida do outro é minha vida também. Se o outro estiver bem, eu estarei bem. O outro não pode ser visto apenas como o da mesma espécie, mas como tudo o que vive. Pensando dessa forma consigo imaginar que a salvação do planeta depende de pequenas decisões que tomamos.

Se admitirmos que procurar apenas nos satisfazer, sem nos preocuparmos com o outro, é um erro, poderemos mudar e começar fazendo o que seja certo para todos nós. Nascemos fadados a errar e a aprender. A vida é um palco, no entanto, sem que haja um script já definido, temos liberdade para mudar o rumo da nossa história. Não podemos voltar atrás, mas temos à frente condições de agir melhor graças ao conhecimento que acumulamos. No entanto não podemos nos esquecer que a ação conjunta é o único meio de melhorar nossas condições.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

CD: Legião Urbana – O descobrimento do Brasil

A Fonte

O que há de errado comigo?
Não consigo encontrar abrigo
Meu país é campo inimigo
E você finge que vê, mas não vê.

Lave as suas mãos que é à sua porta que irão bater
Mas antes você verá seus pequenos filhos
Trazendo novidades.

Quantas crianças foram mortas desta vez?
Não faça com os outros o que você não quer
Que seja feito com você
Você finge não ver
E isso dá câncer.

Não sei mais do que eu sou capaz
Esperança, teus lençóis têm cheiro de doença
E veja que da fonte
Sou os quilômetros adiante.

Celebro todo dia
Minha vida e meus amigos
Eu acredito em mim
E continuo limpo.

Você acha que sabe
Mas você não vê que a maldade é prejuízo
O que há de errado comigo?
Eu não sei nada e continuo limpo.

Do lado do cipreste branco
À esquerda da entrada do inferno
Está a fonte do esquecimento:
Vou mais além, não bebo dessa água.
Chego ao lado da memória
Que tem água pura e fresca
E digo aos guardiões da entrada:
- Sou filho da terra e do céu.
Dai-me de beber, que eu tenho uma sede sem fim.

Olhe nos meus olhos, sou o Homem-tocha
Me tira essa vergonha
Me liberta dessa culpa
Me arranca esse ódio
Me livra desse medo.

Olhe nos meus olhos, sou o Homem-tocha
E esta é uma canção de amor,
Esta é uma canção de amor
Esta é uma canção de amor.

sábado, 7 de julho de 2007

O rio secou...

Não é nada muito sério, vai passar a maldita da TPM.
E nem tente chorar. Além de fazer mal, porque libera muita adrenalina, você vai acordar com a cara inchada.
Pense em coisas boas. Na sua família, nos amigos, nos livros que você precisa ler, vai escutar as músicas que você gosta...

O quê? Está fraquinha? Não consegue fazer nada?
Ai! Eu já entendi, você está com depressão. Certo?

Agora toda vez é a mesma história? “A tal da depressão”?
Acho que o seu problema é não procurar se colocar no presente.

Claro que é isso!
Pense. Se você colocar na cabecinha que vive no presente, vai chegar à conclusão de que para ser satisfeita agora, precisa solucionar os problemas de agora.

Assim:
Está com fome? Vai comer alguma coisa.
Está com dor de cabeça? Toma um remédio.
Se sente só? Liga para alguém ou vai conversar com quem estiver mais perto, mesmo que seja a sua mãe. Não exagere nas palavras, se não o ser humano que estiver te ouvindo vai querer nunca mais te ver pela frente. Puxe um assunto bem trivial. “E a novela de ontem? Você viu aquilo, menina!”. Nada de falar sobre as mazelas do mundo se não você vai piorar. (O que não vai resolver nada).

Olha, eu sei que existem coisas bem piores que acontecem em nossas vidas, mas esse não é o seu caso hoje. E agradeça por isso!

Se nada disso do que eu falei der certo, vai dormir. É a melhor coisa que você pode fazer, porque a tristeza desgasta muito o corpo. Quando acordar, olhe em volta, pense em alguma coisa muito boa que tenha na vida, pense em algo que você tenha fé. É bom acreditar em Deus. Daí você vai entender onde eu quero chegar. Você vai sentir vontade de viver muito e de fazer muitas coisas.

Pois é! Isso sempre passa, como já dizia o velho ditado. Talvez demore um pouco,

Mas a chuva já vem!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

A indiferença de quem tem asas

Tanta vontade de sentir que nada te segura, e de realizar os movimentos que expressam o que tem dentro, movimentos harmoniosos, ou não.

Satisfação! Nem tanto. Não é?
Mas quem disse que você deve ser satisfeita vinte e quatro horas por dia?

Se outros não estão satisfeitos, por que você tem de estar?

Na fase da discórdia você repetia para si mesma que cultivar a dor servia para sentir que havia vida ai dentro. Mas também descobriu que a felicidade também trás a sensação de estar.

Então por que cultivar a melancolia?
Não é porque cultiva, é porque ela vem de fora, como a felicidade. Eles, esses sentimentos, vem de dentro e de fora, porém os de dentro podem ser mais fortes e dominar os de fora. Sempre quando você desejar.

Não acredita nisso? Então faça um teste. Quando estiver muito feliz, assim depois de ter ganhado na loteria, vá para um lugar bem degradado, um boteco de um bairro bem decadente, ande pelas ruas do centro de São Paulo e veja toda aquela gente sem teto, viciados.

O que vai predominar dentro de você? A felicidade ou a dor da desgraça?

Talvez a felicidade, pelo fato de ter ganhado uma bolada. Então você vai pra outro lugar, dançar a noite toda, e quando estivesse morta de cansaço voltará para casa para dormir e sonhar que tem asas. No entanto felicidade, assim, você sabe que não dura para sempre. Sabe? Nunca ganhou na loteria!

E os outros? O que eu tenho com isso?