quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Quase Desiludida

Percebendo que sonhava demais por alguém que nada importava
fiz minhas orações e simpatias para tudo voltar a ser como antes
antes d'eu desejar você
antes d'eu desejar você

Acendi um incenso de camomila
Escrevi que não te quero nunca mais
Coloquei para fora tudo o que de excesso estava em mim
Queimei até o fim o papel do seu nome
E depois tomei um banho

"Todas as coisas se dissipam onde tiveram sua gênese"
Como te sentia forte demais dentro de mim
Precisei de um ritual para marcar de vez o teu fim

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"Todas as coisas se dissipam onde tiveram a sua gênese, conforme a culpabilidade;
pois pagam umas às outras castigo e expiação pela injustiça, conforme a determinação do tempo"

Anaximandro de Mileto (547 a 610 a.C.)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Um Jogo

Vou te contar o que não quero contar,
Mas preciso contar

Não precisei de você até você me olhar.

Não me sentia atraída até te atrair

E quer saber o que penso de tudo isso?
Que eu gosto, mas tenho medo.

Agora eu quero mais que tudo.
Agora que me provocou eu provoco.

Enquanto você disfarça, eu olho.
Enquanto você olha, eu disfarço.

Neste momento só duas coisas podem acontecer:

O mesmo que vem acontecendo,
Até que a gente se canse dessa brincadeira
E se desinteresse um do outro.

Ou, que alguém admita primeiro
Para que as idéias dos dois sejam consumadas

Se a última coisa acontecer, terei medo.
Porque de um estado de atração física
Posso passar para o da atração emocional.
E daí, xeque-mate, você venceu.

Se dominarem meu reinado
Minha razão perderá para a loucura
De aceitar um estado ditatorial
Com leis acima do meu direito egoísta de propriedade privada

E eu, que gosto de dominar um coração,
Serei dominada por quem já tem outro

Sei que não posso sobreviver
Sem ter o controle e a certeza
Que meu amante é só meu

E daí, para a falência, só vai faltar um espelho.