sábado, 21 de julho de 2007

Efeito do Tempo

Neste instante sinto vontade de me agarrar a qualquer pedaço de crença que me faça resistir

Não me faço mais um poço, mas sim um grande buraco com mais largura do que profundidade.

Rasa! É assim que me sinto.
Se me perguntarem, não saberei responder.
Se me perguntarem, eu saberei dizer.
Se me olharem, saberei retribuir.

Quando me desafiarem, rogarei pragas, porque hoje sei que existem bruxas. Coisas de mulher.

No entanto, por tudo o que senti nesses últimos dias, vejo, quase claramente, que no lugar das pedras existem pedras. Elas são grandes, e belas, arredondadas e me chamam para marchar sobre.

Num tom de deboche, por permitir que meus dedos descrevam o óbvio, meus pensamentos me dizem que algo novo bate nesta porta. Um Novo, com um laço grande pronto para ser cortado e queimado em oferenda, com perfume leve de sândalo.

Dou mais um passo para fora de minha velha casa porque preciso entender o que existe lá fora. É nesse instante em que eu verei o que quiser e sentirei vontade de me agarrar a qualquer mestre.

Sete horas depois voltarei para dentro sentindo vontade de que alguém me prove o que vi e senti.

E por que alguém? Não sei.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bonito, Lí. Humano e profundo. Entendo bem suas palavras. Alguns dias são ruins. As "pedras" atrapalham, nos fazem tropeçar. Mas, relaxa. E tenta apenas desviar delas. Porque existem mais rosas que espinhos. E hoje eu não sei exatamente o que dizer. Seu texto é lindo e tocante.
Beijo grande, inté.

Vivian Iziquiel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivian Iziquiel disse...

A coisa mais bonita que vc já escreveu!
Acho que a dose de Shakespeare-Pessoa fez bem pra caramba...
Bjusss!!!

Anônimo disse...

me apareceu uma dúvida: é melhor ser profundo e estreito ou largo e raso?

qual dos dois fica mais fácil para subir quando se chega ao fundo?

qual dos dois chega mais perto do escuro que não conhecemos de nós mesmos?

equilibrar é andar entre coisas muito díspares.