segunda-feira, 15 de junho de 2009

Depois do que vi ontem, tenho que te pedir desculpas por ser tão covarde.
Mas, se servir de consolo, saiba que há muito tempo pago por não confiar em mim como deveria.

Eu juro que meus pés me carregam para ares turvos e que te quero.
Pode ser que eu sinta o que sempre quis sentir, mas a lembrança do que não vivi me assombra.

Quero teu desejo para mim, sabendo que já o tenho.
É estúpido não corresponder aos seus olhos, mas não sei como não fazer isso...
Se você falasse comigo, não negaria.
Se eu não fosse tão de terra já teria dito que me agrada pensar na hipótese de te ter.

Me pergunto por quê sou assim,
Não tenho mais motivos para certos medos.
Minhas preocupações deveriam ser outras e ainda luto com a idéia de dar o primeiro passo.
Você me faz mal pensando em tudo isso.
Quero que a culpa seja sua, e não minha!
Juro que quero teus braços, alguém precisa me fazer parar...
Alguém precisa me fazer parar de acreditar que ‘o passado era pra nós, mas nós não somos para o passado’.

Alimento o Ontem com medo de desaparecer, caso não o faça.
Talvez, assim, você me entenda e perdoe, pois pode ser que jamais te explique o que se passa comigo, jamais te mostre essa carta, jamais contribua para consumir nossos desejos.

É pecado sufocar por tanto tempo nossos desejos?
Você é cúmplice.

Um dia de Abril,

L.M.

Um comentário:

Thá disse...

Li, eu amei esse texto. É uma poesia, uma carta sensível que, sinceramente, eu entregaria se a tivesse escrito.

O destinatário tem que saber, né!?

Vc tem que se permitir, Li. Dê o primeiro passo sem medo, sem pensar em nada.

Eu sei que talvez ele não responda, talvez ele não dê ouvidos ao seu apelo.

Mas, e se ele escutar? E se, de repente, ele só estava esperando um "sinal verde" para avançar!?

Arrisque-se! Ou será que vc prefere ficar na dúvida!?

Te adoro, gêmula. E quero te ver muito feliz.

Um beijo.