quinta-feira, 27 de março de 2008

Três Dias

Quem você quer ser? Quem é você?
São exatamente essas frases que convulsionaram na cabeça de todos nós.
Pensando que nos conhecíamos o tempo todo, a vida inteira. Na verdade somos completos estranhos que estranhamente sabem que precisam uns dos outros.

Eu, imatura o suficiente a ponto de não saber me conter e rebater a cada momento que me sentia incomodada com comentários que (ainda insisto) foram desnecessários e provocadores (também).

Minha mãe, tão imatura quanto, talvez tendo desistido por ter mais “experiência” de vida, fez o possível para evitar discussões, no entanto, da pior maneira: rindo de tudo, como se óbvio fosse inexistente.

O Daniel, o mais velho, que inexplicavelmente não sabe, e tenho certeza, que nunca soube controlar seus impulsos, em nenhum momento soube provar a idade que tem agindo e falando como se precisasse confirmar que nunca esteve errado e que nem nunca estará. Orgulho. É assim que defino o sentimento que mais o dominou nesses dias.

Danilo. Ao meu ver ele seria o mais sensato. Redondamente enganada, Lilian Milena, o aparente promissor ao cargo de cabeça ajustada da família se revelou o mais amargo e revoltado dentre os quatro. Como você não percebeu antes?
As provocações diretas e constantes não deixam mais dúvida alguma.

Por mais que se justifiquem aquelas reclamações, o fato de comentar repetidas vezes as mesmas críticas também provaram que as frases também já tinham sido ensaiadas a muito tempo.

Como um ser considerado maduro é capaz de usar uma arma para realizar um bem? Digo isso, porque por trás da aparente boa vontade de nos esclarecer, Danilo provocou e julgou o tempo inteiro. Não sei exatamente se de forma consciente ou inconsciente, mas seu papel também foi fundamental para chegar a conclusão de que somos falidos.

Me admira muito que alguém que se diz tão preocupado em fazer seu papel como bom homem na sociedade guarde tanto rancor. Não o culpo, penso que todos nós saímos feridos do passado, e que a falta de dialogo fez com que nos tornássemos completos estranhos.

O pior não é não nos conhecermos, mas sim se colocar como vítima, única vítima, esquecendo da terceira lei de Newton: Para toda ação há uma reação de igual força e intensidade.

Ou, para ser mais esotérica, se esquecendo da lei de Causa e Efeito. Portanto, meu caro, se doeu para você não foi por acaso, você também doeu para outros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sei o que houve, Li. Mas você sabe que pode contar com meu ombro. E pode falar o que quiser, da forma que quiser. Pode ficar calada também, se assim achar melhor. Eu te entendo.
Uma família falida. Acho que não deve existir sensação mais triste do que essa.
O ponto fundamental, ao meu ver, é sempre o diálogo. Mesmo que as palavras sejam ásperas no começo. Mesmo que provoquem dor. Faz bem colocar tudo pra fora.
Se cuida, florzinha.
Um beijo, Thá