quarta-feira, 19 de maio de 2010

Em Buenos Aires

Como queria que tudo que pensei durante esse dia estivesse ainda na ponta do iceberg.
Quem sabe agora, querendo voltar a compreender a vida conhecendo novas paisagens, consiga escrever algo que agrade.

Você me guardou numa casa de vidros.
Me protegeu de muitas tempestades.
Não de todas.
Algumas vezes as janelas eram abertas.
Porque, não me pergunte a razão, ninguém cresce sem sofrimentos.

Tua mão, que duvidava existir, nunca faltou.
Mas, apesar de toda a certeza de que me queres bem, confesso que o medo é o presente mais descabível nessa única terra que conheço.

Sinto que sorri para mim.
Torço para que não seja uma crença louca.
E o que sinto nesse instante reafirma que não.

Como imagino que nada é por acaso.
Preciso entender porque vim a nascer.
Aqui não temos muito tempo para perder.
Mesmo assim tenho no meu histórico varias horas vazias.

Quero saber o segredo.
O que devo fazer para merecê-lo?

A seita dos obeliscos provavelmente não sabe.
As bruxas que sacrificam animais, tão pouco.
Os padres que enganam a si mesmos, mais longe ainda.

Alguma religião terá a resposta?

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