sexta-feira, 6 de novembro de 2009

José Belarmino, meu avô

Até aquele momento não dava para saber se daria certo.
Mas meu coração dizia para tentar mesmo assim.

A ideia nasceu de uma estrela cadente,
Enquanto eu crescia ela caía.
Quando tive 12 anos ela desapareceu de vez no horizonte.

Estrelas cadentes passam tão depressa que se ninguém disser que às viu, somem como se nunca tivessem vindo ao mundo.
E eu não quero que minha estrela tenha esse destino.

Somos tantos e o tempo não tem limites como se supõe - quero dizer que a eternidade torna nossa existência inútil e desnecessária.

Me provem o contrário!
As ações que marcam a história são movimentos de muitos, e são poucos os que conseguem passar ilesos pelo apagador do tempo.

Se ninguém souber que Belarmino esteve aqui, que andou pelas ruas da Liberdade, que pintou prédios do centro de São Paulo, será como se nunca tivesse existido. E minha estrela não pode ter esse destino.

2 comentários:

Daniza Neri disse...

Concordo com voce. Ele foi e vai sempre ser uma pessoa muito querida e especial. Afinal de contas ele é meu avô tambem.

Abraços, prima.

Daniza

Genilza Neri disse...

É bom saber que não foi só minha vida que ele marcou. Este poema eu escrevi no dia 12 de fevereiro de 1998.

Pai

Quantas noites te esperei sozinha,
Os outros, dormiam sem saber,
Que quando você chegava,
Teus carinhos, eu, ia receber.

Quantas vezes fiquei deprimida,
Por não enterder os 'porquês'
Quantas vezes senti vergonha,
Vergonha senti, por você beber.

Mas nada, absolutamente nada,
Mudava o meu querer,
Era criança, te amava,
Amor de filho faz esqucer.

Ah! Meu Pai, quanta saudade,
Que falta você me faz,
Queria você mais presente,
Mas hoje... não dá mais.

Você foi um ser imperfeito,
Cheio de sabedoria,
Você me dava sermões,
Sua pureza me continha.

Sempre respeitou meus limites,
Eu poderia ter errado mais,
Suas palavras, muitas vezes,
Me fizeram voltar atrás.

Lembro de você com orgulho,
É duro recordar,
Deus, me deu o presente,
De dos meus braços, te levar.

Pai, ainda dói tanto,
É difícil não chorar,
Recordo teu sofrimento,
Pouco pude te ajudar.

Mas, consegui mostrar-me forte,
Nunca te deixei notar,
Que por dentro eu morria,
Vendo Deus te carregar.

Um grande beijo da tia!

Genilza Neri