Não há coisa pior do que não saber como começar um texto. Quer dizer, em se tratando da escrita, é claro, e quando já se tem um tema, mas percebe-se que está difícil de traduzi-lo em linhas de letras enfileiradas.
A verdade é que eu quero a verdade. Não me suporto, sabendo que descubro cada dia o quanto sou egocêntrica. Dói perceber o ‘não’ no rosto do outro porque preciso ter certeza que me aceitam inteiramente.
Sim. Esses papéis serão insuportáveis, do tipo que nem eu agüentaria ler até o final. Mas eu preciso escrever tudo o que puder sobre esse meu lado, mesmo que isso signifique ser dramática ao extremo. Porque me machuco muito quando as coisas não saem como o planejado, mesmo que essas coisas’ sejam simples comentários entre colegas de sala.
Sou um ser totalmente mimando pela minha auto-avaliação. Penso que sou muito melhor do que todos, mas obviamente a vida mostra que não. Assim, é como se me dessem tapas na cara em vários momentos no decorrer de um dia.
Farei o possível para que as minhas páginas sejam belas, porque também sou profundamente vaidosa e se opto por colocar tudo em tinta, é porque procuro o olhar de quem passa.
Provavelmente revisarei mais de cem vezes cada página antes de abandoná-la rumo a próxima. Talvez jamais termine, e esse se some aos projetos que começo, abandono e esqueço – muitos jamais saíram da minha cabeça, muito menos ditos por meus lábios.
O objetivo é encontrar meu papel. É me tornar importante porque meu complexo de Electra é mal formado e influenciado pela constante procura da entidade paterna - determinante do que sou hoje.
Preciso imensamente da prova de que existe Deus. Caso contrário, conviverei o resto de meus dias me perguntando se todo o tempo que perco conversando com o “Pai” não foi a coisa mais estúpida e inútil de toda a minha vida.
Eu sou Maria Laura, alguém tentando ser constantemente sem ser exatamente.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
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